domingo, 12 de outubro de 2008

sair da frente

Eu não acredito em abracinhos, em beijinhos.
Nunca pus muita fé em mão na cintura, em carícias afetadas.
Tenho a fúria da incompreensão.
A força dum vulcão.
Não vejo muita cor em limitar-se a um.
Em obedecer.
Em deixar-se para buscar-se.
Não sou adepta ao amor terreno.
Posso abraçar,deglutir, e no dia seguinte dormir com a cabeça vazia.
Nada de pensar.
O que eu não entendo, não recomendo que mais ninguém entenda.
Ver uma criança rodopiando, para mim tem mais graça que um animal desalmado ejaculando.
Pode me deixar de lado.
Eu quero é sair da sua frente.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

pelos números que andei

Às vezes, tenho vontade de fazer de novo o que fiz aos 15, de dar continuidade ao que comecei aos 18, e encerrar com 19 ¬¬

domingo, 5 de outubro de 2008

Semelhanças entre o diferente

E lá vai a junkie de internet a caminhar com seus punhos cheios de calos,com seus braços fadigados,com os olhos que a insônia deixara inchados.
Em turnê pelo mundo com sua banda - fantasma,se apresentando em casas vazias,tocando para meio milhão de cadeiras.
Apanhando por mãos ásperas,sendo acariciada por dedos que espetam.
O gosto amargo na boca.O cheiro doce no espírito.
Sentindo mais que optando.
Sua única opção é erguer os pés,e tentar avistar o que certamente está do outro lado do muro.
Certamente acredita que um dia levantará pés e vôos.
Com a mesma força que faz para ser-se.
Com o mesmo prazer que sente quando vê semelhanças entre o diferente.
Mas agora só insiste numa coisa.
É uma sonâmbula a perambular por noites adormecidas, garagens proibidas.
Os quintais,mesmo que sem varais,ainda servem para cantar aos céus.
Servem algumas raras coisas que estão sendo encaminhadas para a sala de espera.
Já não suporta esperar.
Já não suporta falar.
Agora quer só ficar muda.
Muda e só.
Quer latir para quem tentar a morder - mas só pra assustar.
Na verdade não vai rasgar nenhum pedaço de calça jeans de ninguém.
Na verdade almeja que parem de mentir sobre sua realidade.

de barro,de pedra,ou vento

Traz uma música 'deprê' que hoje eu quero chorar.
Permito que as lágrimas escondidas nas mais profundas adversidades,venham a tona junto às enfermidades.
Nas calçadas por onde pisei de manhã,haviam papéis jogados.Sendo pisoteados,esmagados.
As pessoas com quem convivo,não sei se me querem vivo.
Acho que só querem me ver vivendo.gozando e me perdendo.
Nada fora do normal,tudo alheio ao real.
Ao meu real.
Ele está de pernas para o alto se lambendo.
Ele me protege.
Esta noite sonhei que vivia de arte.
No sonho,haviam esculturas e desafios.
E interpretei assim :


Com minhas próprias mãos,vou ter que esculpir meu futuro.
Sendo ele feito de barro,de pedra,ou de vento.

sábado, 4 de outubro de 2008

sobre fios e piolhos

dormindo pouco e pensando muito.
falando pouco e soprando muito.
sopros de bolhas,sopros de vento.aquele vento cinza que têm no ar,sabe comé ?
até que meu ar anda purificado.
o ar que fica em cima de mim têm estrelinhas brilhantes.
elas brilham,brilham...
dão tchau para quem passa em baixo e quase que como piolho folgado,tentam pular.tentam se alojar em fios macios.
fios que não tenham muita química,totalmente puros.



ai,o trem chegou.